Bati no peito, jurei que o desapego iria prevalecer sempre. Mas eu não sou assim, a quem eu estava tentando enganar? Eu sou passional, chorona, trágica, uma hipérbole de sentimentos.
Mas você sempre deixou muito claro esse distanciamento, essa coisa de "não-me-toque" (literalmente), e assim aprendi contigo a ser mais contida e mais discreta, eu não me anulei, só aprendi a não me deixar levar tão facilmente, como costumava ser (efêmero), ou, pelo menos, não demonstrar.
Mesmo guardando só pra mim esse turbilhão de sentimentos, mesmo controlando meus pensamentos e minhas vontades, elas estão aqui, domesticadas, mas estão.
Posso até pagar minha língua por isso, mas mesmo cheio das regras de não envolvimento, você sente também, eu sei, eu vejo, e tá no teu olho, e o olho não mente -
E quer saber? O que me prende em você é justamente essa impossibilidade da posse, você é do mundo, e isso é tão instigante pra mim. Frio, desapegado, cafajeste, um homem, sem tirar nem por, é isso que me atrai.
Os amigos me criticam, acham loucura essa minha insistência em você, não sabem que não é uma insistência, eu tô vivendo, eu tô levando. Eles não vêem quando teu olho brilha quando você me olha, não sabem que você é meu numero. Eu não gostaria que você fosse um cara grudento ou, muito menos, que falasse sobre casamento. Sei que você me abraça forte, e que é de verdade, que você gosta de me ter por perto e de conversar comigo, eu te pego me olhando, toda hora.
Eu penso em sair fora, tocar o barco, encontrar alguém diferente de você. Mas de que adianta procurar alguém diferente de você? Eu gosto do seu jeito, do seu sorriso,
Nós não precisamos anunciar nada pro mundo, precisamos nos sentir. E eu sei que você sente, sei mais do que você, mais do que eu deveria saber. Eu sempre sei.
Essa hipérbole de sentidos...
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