Chaaaata!

Talvez eu não esteja tão plena assim, nem equilibrada. Mas sempre tento ser um tanto quanto equilibrada e serena, e por isso muitas vezes me irrito comigo mesma. Todas as vezes que tenho vontade de gritar e xingar tudo e todos e não o faço, pelo contrário, esboço um sorriso amarelo, quando também acho que devia chegar e apontar todos os erros que eu enchergo e que me incomodam, mas que por não serem da "minha conta", eu me mantenho calada, e abandono as críticas.

Tudo isso vai ficando acumulado dentro de nós, e corrói sabe? Tudo aquilo que incomoda e tentamos com afinco ignorar.

Eu podia fazer, sei lá, textos e publicar num blog anônimo, mas seria como cavar um buraco para tapar o outro, inútil. Ninguém ia ler, se fosse lido, provavelmente não seria lido pela pessoa a quem eu escrevi, e se por um brilhante acaso do destino, a pessoa a que eu escrevi, o lesse, ela não saberia que era pra si, então não ia mudar nada, e tudo continuaria a me incomodar.

Acho que estou ficando velha, ranzinza e mal humorada. Acho também que para alguém que faz letras, minha ortografia é péssima. Acabei de me lembrar porque não quero ser professora.


"Professora, você escreveu no quadro ranzinza com dois Z, e na verdade o primeiro som de Z, na verdade é escrito com S" - Diz o aluno da 3ª série

"Cala a boca muleque, eu sou a professora, eu sei de tudo, você não sabe de nada, se atenha a sua insignificancia e não atrapalhe mais minha aula. Até porque S só tem som de Z se está entre duas vogais, e em ranzinza nenhum dos dois está entre vogais, não venha dar uma de espertinho. Pode colocar a orelha e ir pro canto olhar a parede e pensar no que você fez." - Argumenta a professora cruel e insegura.

É, todos entendem porque eu procuro fugir disso.
Boa Noite.