sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Caderno de frustrações


A reflexão sobre aquilo que te incomoda, te incomoda mais de uma vez, algo ao qual não se possui nenhum poder de mudança.
Talvez falte compreenção, entendimento, sobre tal. Uma frustração.
Você discorda, se indigna, pensa, pensa muito.
Você age? Toma alguma atitude a respeito?
Não.
Anote no seu caderninho de frustrações, feche ele, cheveie bem e guarde na última gaveta!
Siga sua vida, e não pense mais nisso. Ou, se pensar, tire o caderninho da gaveta, releia o que escreveu e sinta uma certa melancolia, uma falta daquilo que nunca teve, ou fez.


Elegia a Um Tucano Morto

O sacrifício da asa corta o voo
no verdor da floresta.
Citadino
serás e mutilado,
caricatura de tucano
para a curiosidade de crianças
e a indiferença de adultos.
Sofrerás a agressão de aves vulgares
e morto quedarás
no chão de formigas e de trapos.

Eu te celebro em vão
como à festa colorida mas truncada
projeto da natureza interrompido
ao azar de peripécias e viagens
do Amazonas ao asfalto
da feira de animais.
Eu te registro, simplesmente,
no caderno de frustrações deste mundo
pois para isto vieste:
para a inutilidade de nascer.

CDA

terça-feira, 20 de setembro de 2011

E agora, Isabel?


E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Msn news também é cultura!

Esses dias eu descobri a existencia uma pesquisa cientifica na qual é comprovado que a ação de fazer xixi no box, durante o banho, é ecologicamente correta, e além disso, previne frieras!

Logo pensei comigo mesma, sou, de fato, uma visionária! Estou a frente do meu tempo!

Sempre fiz xixi no box!
 
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